quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Enquanto isso, no outro lado da cidade...

Pessoal, estamos todos muito tensos. Vamos dar um grito bem alto e ex-tra-va-sar toooodas as energias negativas pra deixar esse ambiente mais leeeeve... no três: 1, 2, 3 e aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Bom, ótimo, agora vamos continuar a sessão de yoga transcedental. Cuidado pra não chutar a cabeça da colega.

sábado, 15 de setembro de 2007

O que está nos olhos de quem vê?

Vontade de escrever é uma merda. Tenho livros pra ler, uma blusa de crochê pra terminar e fui obrigada por uma vontade inútil a sentar na frente do PC com o intuito de elaborar um maldito texto, que não se sobre o que será nem se será publicado. Mais uma coisa: como é que o Oswald de Andrade era tão pegador se era mais feio que briga de foice? Essa literatura faz coisa!!!

Era uma quinta-feira se não me engano. Estava calmamente transitando entre as plataformas pra trocar de ônibus, era o início da tarde e eu ia para o trabalho. Distraída, procurando moedas dentro da bolsa percebo aqueles mesmos olhos de antigamente vindo em minha direção. Era como se só os olhos permanecessem os mesmos, enquanto todo o resto foi envelhecido e distorcido. Quem sofre de miopia sempre pensa: “será que meu grau aumentou ou não reconheci tal pessoa por que ela mudou demais?“. Talvez ele tivesse piorado muito desde a ultima vez em que o vi, mas talvez fossem os meus olhos que estivessem diferentes, enquanto o resto de mim continuava inalterado.

A sensação que me ocorre sempre que encontro alguém que não vejo há muito tempo é de que eu continuo igual. A minha cara é a mesma, as piadas são as mesmas... é como se eu estivesse congelada durante todo o tempo, parada no mesmo lugar enquanto as outras pessoas continuam vivendo. Eu passo meu tempo servindo de coadjuvante na vida das pessoas ao meu redor, pulando de vida em vida pra trazer uma alegria, uma tristeza, uma indiferença a mais sem que nunca as pessoas façam algo que eu já não esperava delas.

As vezes penso que pessoas como eu são ideais para ter amigos maus, traiçoeiros e mentirosos. Parece contraditório um amigo traiçoeiro, mas não é. Você sabe o que aquela pessoa foi capaz de fazer com as outras que a consideram amiga e mesmo assim, você não consegue se afastar daquela presença certamente daninha. Você conhece tal pessoa a ponto de saber que ela não se importa com nada alem de si mesma, e sabe disso não por dedução própria, mas por que essa mesma pessoa faz questão de deixar bem claro que não faria o menor esforço para estar a seu lado e que não abriria mão de nada por isso.

Mas mesmo assim você não se afasta. Como bom coadjuvante você tem que permanecer próximo aos personagens principais ou é esquecido e deixa de existir. E afinal de contas, ao final de quaisquer contas, é melhor existir sendo um coadjuvante do que desaparecer por ser um papel principal medíocre. Mas nada disso chega a fazer diferença, porque aqueles olhos já passaram e, sem me notar, sumiram na multidão deixando para mim apenas a sua rápida lembrança e uma duvida: será que não me reconheceram por que mudei ou porque seus olhos hoje vêem diferente do que viam antes?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

De volta a vida normal...

Trabalhar de novo, finalmente!
Ficar em casa comendo feito uma draga, sem fazer nada a tarde toda é ótimo, nos primeiros dias.
Depois a gente começa a se sentir feia, embagulhada, gorda, inútil. Ai o bicho pega.
É interessante ter uma rotina, mas sem deixar que tudo tenha uma hora inadiável.
E alem disso trabalhar tem outra$ vantagen$, muitíssimo interessantes.

sábado, 8 de setembro de 2007

Três Lados

Escutei alguém abrir os portões
Encontrei no coração multidões
Meu desejo e meu destino brigaram como irmãos
E a manhã semeará outros grãos

Você estava longe, então
Por que voltou
Seus olhos de verão
Que não vão entender?

E quanto a mim, te quero, sim
Vem dizer que você não sabe
E quanto a mim, não é o fim
Nem há razão pra que um dia acabe

Cada um terá razões ou arpões
Dediquei-me às suas contradições, fissões, confusões
Meu desejo, seu bom senso, raivosos feito cães
E a manhã nos proverá outros pães

Os deuses vendem quando dão
Melhor saber
Seus olhos de verão
Que não vão nem lembrar

E quanto a mim, te quero, sim
Vem dizer que você não sabe
E quanto a mim, não é o fim
Nem há razão pra que um dia acabe

Somos dois contra a parede e tudo tem três lados
E a noite arremessará outros dados
Os deuses vendem quando dão
Melhor saber
Seus olhos de verão
Que não vão nem lembrar

E quanto a mim, te quero, sim
Vem dizer que você não sabe
E quanto a mim, não é o fim
Nem há razão pra que um dia acabe

[Três Lados – Skank, Maquinarama]

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Lugar

Voltei pra ler aquele olhar
De um amor que a gente mesmo escreveu
Que foi guardado sem pensar
Nas linhas de um desejo meu

Fiquei olhando todo espaço
Recriando um compasso seu
Sorri sonhando em qual gaveta
Nosso amor se escondeu

Mas guarde seu nome pra mim
Seus dias eu não deixo mais ter fim
O vento arde em versos por saber
Nessa tarde o sol é só por você

Chorei por ver nesse lugar
O que a palavra já teceu
Sou do seu tempo um retrato
Quando meu sonho era todo seu

Sorri por ver no nosso amor
Todas as portas pra você e eu
Fiquei pensando em qual cometa
Nosso amor adormeceu

Mas guarde seu nome pra mim
Seus dias eu não deixo mais ter fim
O vento arde em versos por saber
Nessa tarde o sol é só por você

[skank - lugar - carrossel]

domingo, 2 de setembro de 2007

Coisas de Domingo

Domingo é o dia-mor da nostalgia, é o dia de lembrar das coisas que foram feitas em outros domingos e sentir saudade. Pra nos ajudar nessa tarefa o dia amanheceu nublado, nem muito frio pra dar vontade de dormir, nem muito calor pra dar vontade de sair. Hoje é um daqueles dias perfeitos pra não se saber bem o que se vai fazer, um dia de pecados capitais: preguiça e gula em maior grau.

Como diz minha vó “dormir de barriga pra cima que faz ter pesadelo”, deve ser verdade porque tive um sonho horrível hoje. Pra quem não sabe o quintal da minha casa te um desnível gigante no meio: a parte da frente é bem mais alta que a parte dos fundos. Nos fundos do nosso terreno estão os fundos do terreno do vizinho, que tem a casa virada para a rua de trás... ok, depois do momento Euclides da Cunha dá pra explicar o sonho.

Eu sonhei que eu era criança, de uns 8,9 anos, mais ou menos a idade que eu tinha quando meu pai criava coelhos na parte baixa do terreno. Só que no sonho não era coelho que meu pai criava, mas filhotinhos de ovelha dentro de um caixote (sim, eu li O Pequeno Príncipe). Estava eu brincando com os filhotes e os cachorros do vizinho (que eram gigantes, pareciam lobisomens e falavam (!)) entraram no meu quintal (sabeladeuscomo) e cada um pegou um filhote e saiu com ele na boca dizendo que a próxima era eu. Eu saí correndo e fechei o portão, que era um daqueles enjambrados de madeira que só se encaixam na abertura, voei pra dentro de casa com os cachorros rindo da minha cara e perguntando se eu achava mesmo que aquilo ia segurá-los. Comecei a trancar a casa toda contando a historia pra minha mãe e quando ela começou a dar risada o cachorro apareceu com a boca suja de sangue na porta. Aí eu acordei. Típico sonho de domingo.

Só me resta fazer um alfajor ma-ra-vi-lhoso pra curar o trauma.

sábado, 1 de setembro de 2007

Se tem um negócio que me irrita é...

Gente que só se preocupa consigo mesma, que só quer saber do que lhe afeta diretamente. Isso se transforma constantemente em uma criancice sem tamanho, não sei se conseguiria ser assim o tempo todo. É ,“o tempo todo”, considerando que todos somos um pouco assim as vezes, e mesmo por que um pouco de egoísmo é fundamental pra conseguirmos ser felizes.

Mas, por outro lado, tem aquelas pessoas que parecem que não vivem no mesmo planeta que o resto do mundo. Mais que egoísmo é falta de consciência da realidade. A realidade para elas é um mero detalhe.
Muitas vezes as pessoas mais egoístas são as mais dependentes. Adultos saudáveis e capazes, que se comportam como adolescentes imbecis. A pergunta que fica é: se não tivessem quem lhes provesse, essas pessoas continuariam se comportando como se as outras pessoas não estivessem fazendo mais que a obrigação em ajudá-las?Não acho que as pessoas devam viver pra trabalhar, mas trabalhar pra viver não é nenhum absurdo não.
Por exemplo o Sr. Vida-alternativa-contra-o-sistema-capitalista-under-gound-punk-art-vegan-curindo-a-vida-adoidado. Ele não mora com os pais, que são de uma cidade no interior (o pai vereador, a mãe dona-de-casa e presidente do Clube das Senhoras Católicas para a Caridade) mas sim num apzinho na mesma cidade da universidade onde ele faz Gestão do Surf. Não importa se ele tem um cabelo moicano verde-alface ou usa um boné de redinha, mas sim que ele bebe muito, sai muito, fuma muito (tudo as custas do cartãozinho de crédito que ele ganhou pras despesas extras) e nunca anda a pé porque ganhou um carro depois de passar no vestibular. É claro que ele sempre está lutando pelos seus direitos, seja na universidade ou na cidade. Mas é muito comum vê-lo sair antes da chegada da polícia, usando a seguinte frase: “se meu pai descobre que eu estou aqui ele corta minha mesada e eu to ferrado”.
Liberdade, pra mim, é ser o único responsável pelas conseqüências dos seus atos. Ah quer chegar de madrugada na segunda feira? Quer ficar dez dias sem aparecer em casa? Chegou todo molhado depois de um banho de chuva e jogou a roupa molhada no canto? O problema e a criação de cogumelos são todos seus! Só que tem um probleminha, pra isso precisa dinheiro, e dinheiro na minha terra só se consegue trabalhando, ganhando na mega ou roubando.
O mundo é cruel, pequeno gafanhoto, liberdade vem junto com independência, e independência, precisa de dinheiro e acontece a longo prazo.Sinto muito, mas a mamata não dura pra sempre.
PS: eu sei que existem pessoas com as caracteristicas do sr.Vida-Alternativa...etc., que tem realmente um compromisso de tentar melhorar a sociedade e levam isso a sério, este texto não é destinado a eles, mas INFELIZMENTE nao posso fazer nada se o chapéu serviu. existem tambem os que moram com os pais, os que fazem outros cursos, os que não tem carro, os que ao invés do cartão de crédito tem só a conta no banco pra receber a mesadinha...as variações são muitas.

Coisas Inconscientes

Aqui em casa tem uma montagem com fotos da família.Ao invés da família inteira junta numa só foto, meu irmão pôs uma foto de cada um em momentos e épocas diferentes... O interessante é que os únicos adultos na foto são meus pais e ele. Nossa irmã que é um ano mais nova que ele, aparece uma adolescente de 15, talvez 16 anos. A irmã que é dois anos mais nova que ele, aparece com 8 anos. A terceira irmã, 11 anos mais nova que ele, aparece da mesma idade que nosso sobrinho com uns 3 anos. E eu com uns 6, 7 anos talvez. Sim, sim,.família grande, eu sei.Dá a impressão de que somos ainda as irmãzinhas dele, com ênfase no INHAS. E isso é muito interessante ao meu ver. Só ao meu ver, percebo ao ler o texto agora.